As glândulas salivares (GS) são os órgãos anexos à primeira porção do tubo digestivo, a boca, que produzem e excretam saliva para o interior da cavidade oral.
Existem três pares de GS principais (maiores/major):
– a glândula parótida, localizada na parte lateral da face, em frente à orelha;
– a glândula submandibular, localizada na parte superior do pescoço, por baixo da mandíbula;
– a glândula sublingual, localizada no interior da cavidade oral, no pavimento da boca (por baixo da língua).
Existem também cerca de 800 a 1000 glândulas salivares acessórias (menores/minor), distribuídas pelo interior da boca (como nos lábios, palato e língua).
As GS apresentam composições celulares distintas:
– a glândula parótida, serosa, que produz/excreta saliva aquosa;
– a glândula submandibular, sero-mucosa, que produz/excreta saliva filante;
– a glândula sublingual e as GS menores, mucosas, que produzem/excretam saliva viscosa.
Nas GS acessórias, a excepção são as glândulas linguais posteriores dorsais (de von Ebner), associadas às papilas caliciformes, que produzem saliva serosa.
A saliva é o fluído produzido/excretado pelas GS:
– constituído por água, sais minerais e proteínas variadas;
– com funções de hidratação, lubrificação e proteção (de vários tipos);
– extremamente importante na mastigação, na deglutição e na fonação (na fala).
Alterações da saliva predispõem à ocorrência de cáries dentárias, periodontite (piorreia), infeções orais e/ou alterações do gosto, entre outros problemas.
Os principais sintomas/sinais das doenças das GS são:
– inchaço da face (frente à orelha) ou do pescoço (abaixo da mandíbula), sobretudo às refeições;
– desconforto ou tumefação persistente na face ou no pescoço, naqueles locais;
– alteração das características da saliva, com sensação de boca seca.
Muitas vezes, os sintomas e sinais das doenças das GS são confundidos com problemas dentários (ex.: abcessos) ou doenças da faringe (ex.: amigdalites).
Os sintomas e sinais referidos podem corresponder a:
– cálculos (“pedras”), tal como os cálculos nos rins ou na vesícula;
– neoplasias (tumores), sendo a grande maioria benignas;
– inflamação crónica (ex.: síndrome de Sjögren).
Há muitas doenças que afectam as GS e a falta de distinção com outros problemas pode originar um tratamento inadequado e a persistência da situação.
Recomendações gerais para o cuidado das GS incluem:
– ingestão hídrica;
– massagem glandular;
– higiene oral.
A realização adequada destas medidas por qualquer pessoa diminui a probabilidade de ocorrência e/ou persistência de problemas relacionados com as GS.
As glândulas salivares (GS) são os órgãos anexos à primeira porção do tubo digestivo, a boca, que produzem e excretam saliva para o interior da cavidade oral.
Existem três pares de GS principais (maiores/major):
– a glândula parótida, localizada na parte lateral da face, em frente à orelha;
– a glândula submandibular, localizada na parte superior do pescoço, por baixo da mandíbula;
– a glândula sublingual, localizada no interior da cavidade oral, no pavimento da boca (por baixo da língua).
Existem também cerca de 800 a 1000 glândulas salivares acessórias (menores/minor), distribuídas pelo interior da boca (como nos lábios, palato e língua).
As GS apresentam composições celulares distintas:
– a glândula parótida, serosa, que produz/excreta saliva aquosa;
– a glândula submandibular, sero-mucosa, que produz/excreta saliva filante;
– a glândula sublingual e as GS menores, mucosas, que produzem/excretam saliva viscosa.
Nas GS acessórias, a excepção são as glândulas linguais posteriores dorsais (de von Ebner), associadas às papilas caliciformes, que produzem saliva serosa.
A saliva é o fluído produzido/excretado pelas GS:
– constituído por água, sais minerais e proteínas variadas;
– com funções de hidratação, lubrificação e proteção (de vários tipos);
– extremamente importante na mastigação, na deglutição e na fonação (na fala).
Alterações da saliva predispõem à ocorrência de cáries dentárias, periodontite (piorreia), infeções orais e/ou alterações do gosto, entre outros problemas.
Os principais sintomas/sinais das doenças das GS são:
– inchaço da face (frente à orelha) ou do pescoço (abaixo da mandíbula), sobretudo às refeições;
– desconforto ou tumefação persistente na face ou no pescoço, naqueles locais;
– alteração das características da saliva, com sensação de boca seca.
Muitas vezes, os sintomas e sinais das doenças das GS são confundidos com problemas dentários (ex.: abcessos) ou doenças da faringe (ex.: amigdalites).
Os sintomas e sinais referidos podem corresponder a:
– cálculos (“pedras”), tal como os cálculos nos rins ou na vesícula;
– neoplasias (tumores), sendo a grande maioria benignas;
– inflamação crónica (ex.: síndrome de Sjögren).
Há muitas doenças que afectam as GS e a falta de distinção com outros problemas pode originar um tratamento inadequado e a persistência da situação.
Recomendações gerais para o cuidado das GS incluem:
– ingestão hídrica;
– massagem glandular;
– higiene oral.
A realização adequada destas medidas por qualquer pessoa diminui a probabilidade de ocorrência e/ou persistência de problemas relacionados com as GS.
Na consulta de boca seca (xerostomia) é realizada uma primeira distinção entre a sensação de boca seca (xerostomia) e a diminuição da quantidade de saliva (hipossialia). Isso pode ser conseguido pela observação directa da cavidade oral ou através da realização de sialometria.
Seguidamente é procurada a causa da xerostomia ou da hipossialia, sendo que as causas mais frequentes são determinada medicação crónica e a existência de certas patologias sistémicas, respectivamente.
Em qualquer dos casos, há uma primeira abordagem através de medidas gerais, dietéticas e de higiene oral.
Na consulta de cálculos (litíase) é realizada, primeiramente, a confirmação do diagnóstico, podendo ser necessário excluir outras causas de obstrução dos canais salivares (como estenoses). Para além da avaliação clínica, exames de imagem ( como ecografia, sialografia ou sialoendoscopia) podem ter de ser requisitados.
O tratamento final consiste na remoção do(s) cálculo(s), sendo que isso é feito do modo mais conservador possível, com preservação da glândula e do canal. A melhor estratégia depende da localização e do tamanho do(s) cálculo(s), mas passa quase sempre pela utilização de sialoendoscopia.
Na consulta de doenças inflamatórias (sialoadenites) é feito o esclarecimento inicial quanto ao tipo de inflamação: glandular ou canalicular, localizada ou generalizada, aguda ou crónica… Existem sialoadenites de origem infecciosa (por norma agudas, devidas a bactérias), auto-imune (habitualmente crónicas, como na síndrome de Sjögren), obstrutiva ou isquémica (complicações da litíase e da radioterapia, respectivamente).
Sendo as causas muito variadas, a abordagem também é muito variável, desde o aconselhamento com medidas gerais até a cirurgias, passando pela prescrição de medicamentos.
Na consulta de tumores (neoplasias) é feita, desde logo, a caracterização do tipo de tumor, ou seja, qual a sua localização e dimensões exactas e qual a sua natureza (benigna ou maligna). Para tal, é necessário o pedido de exames de imagem (como ecografia ou ressonância magnética), bem como a realização de biopsia (e.g. BAAF).
As neoplasias malignas requerem uma abordagem interdisciplinar, enquanto os tumores benignos conseguem ser tratados, cada vez mais, através de cirurgia minimamente invasiva, com maior preservação da forma e da função da glândula e mais benefícios para o doente.
Existe um grande número de situações que podem afectar as GS, desde alterações do desenvolvimento (como localização anormal, canais acessórios ou malformações vasculares), lesões quísticas (verdadeiros quistos, na parótida ou na submandibular, ou semelhantes a quistos, na sublingual ou nas GS menores), disfunções hormonais (como diabetes, hipotiroidismo, hipertiroidismo, gravidez ou menopausa), distúbios metabólicos (como alcoolismo, má absorção intestinal, défices vitamínicos, anorexia ou bulimia) ou mesmo excesso de saliva (hipersalivação).
Cada uma com o seu tratamento adequado.
É um meio complementar de diagnóstico não invasivo (ou minimamente invasivo, dependendo da técnica) que consiste na colheita de saliva (de toda a boca ou de uma ou mais GS específicas). Permite a análise de um ou mais constituintes da saliva, nomeadamente hormonas, marcadores tumorais ou fármacos.
É um procedimento executado sem anestesia (ou com anestesia tópica, dependendo da técnica) com uma duração habitualmente não superior a 15 minutos.
É um meio complementar de diagnóstico não invasivo (ou minimamente invasivo, de acordo com a técnica utilizada) que consiste na colheita de saliva (de toda a boca ou de uma ou mais GS específicas). Já que permite a quantificação do fluxo salivar, pode ser importante no diagnóstico de alterações da secreção, como xerostomia ou sialorreia.
É um exame executado sem anestesia (ou com anestesia tópica, dependendo da técnica), durando não mais de 30 minutos.
É um meio complementar de diagnóstico minimamente invasivo que consiste na introdução de um produto de contraste pelo canal da parótida ou da submandibular e na realização de uma série de radiografias da glândula a ser estudada. Permite a visualização indirecta dos canais daquelas glândulas, fundamental no diagnóstico de patologia obstrutiva, mas também importante em alterações da secreção ou doenças inflamatórias.
É um exame executado numa sala própria, com anestesia tópica, com uma duração habitual não superior a 30 minutos.
É um meio complementar de diagnóstico minimamente invasivo que consiste na introdução de um aparelho (endoscópio) no interior do canal da parótida ou da submandibular Permite a visualização directa do sistema de canais, imprescindível no diagnóstico de patologia obstrutiva, mas também importante em alterações da secreção ou doenças inflamatórias.
É um procedimento executado numa sala adequada, com anestesia tópica (e, eventualmente, infiltrativa), com uma duração variável, por norma entre 15 a 60 minutos.
É um meio complementar de diagnóstico não invasivo, inócuo, que consiste na utilização de uma sonda (e gel) que desliza na face e no pescoço. Por norma, é o primeiro exame imagiológico a ser requisitado. Permite a visualização das GS principais e dos seus canais. É importante no diagnóstico de quase toda a patologia salivar.
É um exame realizado numa sala própria, sem necessidade de anestesia, com uma duração de cerca de 20 minutos. Pode ser utilizado para realizar uma biopsia aspirativa por agulha fina ou de uma biopsia colunar.
É um meio complementar de diagnóstico não invasivo, embora utilize radiação ionizante. Permite a visualização das GS principais (e, eventualmente, dos seus canais). Pode ser importante no diagnóstico de patologia litiásica ou de patologia tumoral, nesta última sobretudo quando não é possível realizar uma ressonância magnética.
É um exame realizado numa sala própria, sem necessidade de anestesia (mas podendo ser necessária a introdução de um produto de contraste endovenoso), com uma duração habitualmente não superior a 20 minutos.
É um meio complementar de diagnóstico não invasivo, sem utilização de radiação ionizante. Permite a visualização das GS principais (e, eventualmente, dos seus canais). É importante no diagnóstico de patologia inflamatória ou tumoral. Pode ter de ser substituída por uma tomografia computadorizada em determinadas situações.
É um exame realizado numa sala própria, sem necessidade de anestesia (mas podendo ser necessária a introdução de um produto de contraste endovenoso), com uma duração habitualmente não superior a 30 minutos.
Consiste na colheita de células das GS.
› Biopsia aberta (convencional)
É um meio complementar de diagnóstico minimamente invasivo que quase sempre consiste na remoção de algumas GS menores do lábio inferior. Permite a obtenção e análise microscópica de tecido glandular, fulcral no diagnóstico de certas patologias (e.g. imunológicas e metabólicas e em casos de alterações da secreção, como xerostomia ou sialorreia).
É um procedimento que pode ser executado no gabinete de consulta, sob anestesia local, com uma duração de 5 minutos e um pós-operatório sem problemas.
› Biopsia aspirativa por agulha fina (BAAF)
É um meio complementar de diagnóstico minimamente invasivo que consiste na colheita de algumas células das GS, quase sempre de nódulos ou massas na parótida ou na submandibular. Permite a obtenção e análise microscópica de tecido glandular, importante no diagnóstico de certas patologias, especialmente tumores.
É um procedimento que pode ser executado no gabinete de consulta, sob anestesia local, em cerca de 5 minutos. Em certos casos, pode ter de ser guiada por ecografia (BAAF eco-guiada).
› Biopsia colunar (“core biopsy”)
É um meio complementar de diagnóstico muito semelhante à BAAF, com os mesmos princípios e objectivos. Está indicado quando é necessário caracterizar melhor determinada lesão (um nódulo ou uma massa) ou quando a BAAF falha, na maioria das vezes em patologia tumoral.
É um procedimento que também pode ser executado no gabinete de consulta, sob anestesia local, com uma duração não superior a 10 minutos. Tal como a BAAF, em determinadas situações pode ter de ser orientada por ecografia.
A prescrição de medicamentos pode ser necessária em qualquer patologia salivar, mas é mais comum em doenças inflamatórias (infecciosas ou auto-imunes) e nas alterações da secreção. Pode também ser necessária em situações pré e/ou pós-operatórias.
Os fármacos habitualmente receitados são antibióticos e anti-inflamatórios. Porém, pode haver a necessidade de prescrever drogas colinérgicas ou alfa-bloqueantes. Podem também ser indicados produtos estimulantes da salivação (sialogogos) ou substitutos de saliva (saliva artificial).
A aplicação de fármacos é realizada nos canais salivares, com ou sem recurso à técnica de sialoendoscopia. Está indicada em patologias inflamatórias crónicas, em determinadas patologias obstrutivas ou metabólicas e em alterações da secreção.
As drogas habitualmente utilizadas são antibióticos e anti-inflamatórios (sobretudo corticóides). A aplicação de medicamentos nos canais salivares pode vir a tornar-se um tratamento crónico, de acordo com a patologia de base (tal como muita medicação em comprimidos, para doenças crónicas).
A injeção de toxina botulínica é uma técnica minimamente invasiva que consiste na introdução de um fármaco na parótida ou na submandibular. Está indicado sobretudo nas alterações de secreção salivar com hipersalivação.
É um procedimento que pode ser realizado no gabinete de consulta, sob anestesia local, com uma duração não superior a 30 minutos. É um tratamento com acção limitada no tempo, já que o fármaco vai sendo absorvido, metabolizado e excretado pelo organismo; por isso, pode ter de ser repetido.
Consiste no uso de um endoscópio para tratar patologia dos canais salivares.
› Remoção de cálculos – Sialolitectomia
Para além do diagnóstico, a sialoendoscopia é utilizada na remoção de cálculos salivares. Se estiverem reunidas determinadas condições, a remoção de cálculos por sialoendoscopia é a melhor opção terapêutica. O endoscópio é introduzido no interior do canal salivar (da parótida ou da submandibular), localiza e retira o cálculo (através de instrumentos complementares, como cestos ou pinças).
É um tratamento executado num local adequado, com anestesia tópica e infiltrativa, com uma duração variável, habitualmente entre 30 a 60 minutos.
› Fragmentação de cálculos – Litotrípsia
O cálculo poderá ser removido simplesmente, com a utilização de aparatologia adequada, ou poderá ter de ser fragmentado, com recurso a um aparelho próprio designado fragmentador de cálculos ou aparelho de litotrípsia. Esse aparelho também é introduzido no interior do canal salivar
(da parótida ou da submandibular) e, através de várias percussões repetidas, fragmenta o cálculo. Por lavagem ou com a utilização de cestos ou pinças, retiram-se os fragmentos.
A fragmentação de cálculos também pode ser efectuada com broca própria, manual.
› Dilatação de estenoses
A sialoendoscopia também permite tratar estenoses (apertos) dos canais salivares, através da introdução de balões, dispositivos próprios ou pela acção de brocas específicas.
Esta terapêutica está indicada em situações em que existem estenoses pontuais, mas os resultados imediatos ou a longo prazo não são garantidos.
› Outros procedimentos
Outros procedimentos passíveis de serem realizados por sialoendoscopia são a aplicação de fármacos e a biopsia ou remoção de pólipos dos canais salivares.
A sialoendoscopia também pode ajudar em cirurgias ditas “convencionais”, fazendo com que haja a possibilidade de serem cirurgias minimamente invasivas.
A cirurgia dita “convencional” designa, na quase totalidade dos casos, a remoção (parcial ou total) de uma GS principal, habitualmente devido a patologia tumoral, inflamatória ou litiásica. Se bem que a exérese de uma GS principal possa ser necessária na existência de um tumor maligno, actualmente já não se preconiza essa abordagem quando existe um tumor benigno, sobretudo na parótida. Por outro lado, com recurso à sialoendoscopia, é possível o tratamento conservador, médico ou cirúrgico, da patologia inflamatória ou litiásica.
A cirurgia convencional é realizada sob anestesia geral, por norma em regime de internamento.
A “cirurgia minimamente invasiva” designa a intervenção cirúrgica numa GS principal da maneira mais conservadora possível. Está indicada em patologia tumoral e patologia litiásica, utilizando técnicas de disseção extra-capsular, dissecção sub-lingual e sialoendoscopia adjuvante. A sialoendoscopia é fundamental em intervenções cirúrgicas menos traumáticas para o doente, permitindo uma melhor e mais rápida recuperação.
Uma vez que a cirurgia minimamente invasiva é menos traumática para a glândula e para o doente, é habitualmente realizada em regime de ambulatório, isto é, sem necessidade de internamento.